Slayer - Reign in Blood (1986)


Texto por Felipe Leonel

“Reign in Blood” é o terceiro álbum de estúdio da banda estadunidense de thrash metal Slayer, lançado pelo selo Def Jam Recordings em 7 de outubro de 1986, há 35 anos.  

“Reign in Blood” foi gravado e produzido no estúdio Hit City West, em Los Angeles, e é a primeira colaboração do grupo com o produtor Rick Rubin e o engenheiro de som Andy Wallace. O álbum foi a primeira experiência profissional de Rubin com heavy metal e sua nova perspectiva levou a uma mudança drástica no som do Slayer. 

Para o álbum, o Slayer decidiu abandonar muitos dos temas explorados anteriormente em “Hell Awaits” (1985), trabalhando dessa vez com questões sociais e críticas pessoais. Os temas das letras incluem morte, anti religião, insanidade e assassinato, enquanto a faixa ‘Angel of Death’ detalha experimentos em humanos no campo de concentração de Auschwitz por Josef Mengele, que foi apelidado de "Anjo da Morte" pelos prisioneiros. A música levou a acusações de simpatia ao nazismo e racismo, negadas pela banda, mas que os acompanharam ao longo de sua carreira. 

A distribuidora Columbia Records, da Def Jam, recusou-se a distribuir o álbum devido a temática controversa de ‘Angel of Death’, que acabou sendo distribuído pelo selo Geffen Records, mesmo assim, devido a polêmica, o álbum não apareceu na programação de lançamentos da gravadora e a logotipo da Geffen não foi colocada na quarta capa do disco. 

A arte da capa foi desenhada por Larry Carroll, que já havia criado ilustrações de teor político para jornais e revistas como The Progressive, Village Voice e The New York Times. 

Após as sessões de gravação, o grupo embarcou na turnê “Reign in Pain” pelos EUA ao lado do Overkill e pela Europa ao lado do Malice. O Slayer também serviria como banda de abertura do W.A.S.P. em sua turnê estadunidense. No final de 1986, o baterista Dave Lombardo saiu da banda e em seu lugar entrou o baterista Tony Scaglione do Whiplash. 

O álbum foi bem recebido tanto pela crítica quanto pelos fãs e foi responsável por trazer ao Slayer a atenção do público do mainstream. Em geral, as revistas AllMusic, Stylus Magazine, Kerrang!, Metal Hammer, PopMatters e Decibel, descreveram “Reign in Blood” como o "álbum mais pesado de todos os tempos", “o melhor álbum de metal dos últimos 20 anos” e afirmaram que o disco é um dos álbuns de thrash metal mais influentes no gênero metal em geral. 

Embora tenha ignorado pelas rádios do país, “Reign in Blood” foi o primeiro álbum do Slayer a entrar na Billboard 200 dos EUA estreando na 127ª posição e alcançando a 94ª posição em sua sexta semana sendo certificado com disco de Ouro em 20 de novembro de 1992. O álbum também alcançou a 47ª posição na UK Album Chart.

A Q Magazine listou o álbum na 27ª posição entre os "100 Melhores Álbuns de Heavy Metal de Todos os Tempos". A Spin Magazine o classificou em 67º lugar em sua lista "100 Greatest Albums, 1985-2005". Em agosto de 2014, o site Revolver colocou o álbum em sua lista dos "14 Álbuns de Thrash Metal Que Você Precisa Ter". Em 2017, foi classificado em 6º lugar na lista dos "100 Melhores Álbuns de Metal de Todos os Tempos" da revista Rolling Stone e em 7º lugar no "Top 25 Most Influential Metal Albums" do site IGN.

“Reign in Blood” ajudou a definir o som da emergente cena thrash metal estadunidense em meados dos anos 1980 e é frequentemente mencionado entre os maiores discos do gênero de todos os tempos como “Among the Living” (1987) do Anthrax, “Peace Sells... but Who's Buying?” (1986) do Megadeth, “Master of Puppets” (1986) do Metallica e “Bonded by Blood” (1985) do Exodus.

As músicas ‘Raining Blood’ e ‘Angel of Death’ se tornaram faixas permanentes no set ao vivo. Durante o outono de 2004, a banda tocou “Reign in Blood” em sua totalidade, batizando a turnê de "Still Reigning". Também em 2004, um DVD ao vivo com o mesmo nome foi lançado e inclui um final com a banda coberta de sangue falso durante a apresentação de ‘Raining Blood’.

Comentários

Postagens mais visitadas