Slayer - Divine Intervention (1994)


Texto por Felipe Leonel 

“Divine Intervention” é o sexto álbum de estúdio da banda americana de thrash metal Slayer, lançado pelo selo American Recordings em 27 de setembro de 1994, há 26 anos.

“Divine Intervention” foi o primeiro álbum da banda a apresentar Paul Bostaph, substituindo o baterista original Dave Lombardo. A entrada de Bostaph é considerada uma grande adição a influência energética do disco pontuando 'Killing Fields', 'Serenity in Murder' e 'Circle of Beliefs' como trunfos na exposição sombria abordada em sua temática. 

Diversos temas foram usados como inspiração para as letras de cada canção como, programas de TV sensacionalistas, o radialista e comentarista conservador estadunidense Rush Limbaugh, o serial killer Jeffrey Dahmer e a natureza repressiva e violenta do governo.

A faixa ‘213’ é descrita como uma "canção de amor", algo que eles nunca tinham feito antes, e é nomeada em referência ao número do antigo apartamento do assassino em série e agressor sexual Jeffrey Dahmer. ‘Dittohead’ fala sobre a tolerância dada pelo sistema jurídico estadunidense a assassinos. ‘Sex, Murder, Art’ é sobre um relacionamento enlouquecedor e o 'prazer em infligir dor'.

Wes Benscoter ilustra a arte da capa, uma reinterpretação da tradicional logo da banda, "Slayergram", e apresenta pela segunda vez o Retroacrônimo “Satan Laughs As You Eternally Rot”, (SLAYER), usada pela primeira vez na edição em vinil do álbum de estreia da banda “Show No Mercy” (1983) entalhada na ranhura do disco.

O encarte do álbum inclui dezesseis páginas que se desdobram para formar um pôster exibindo a arte da capa. Tanto o CD quanto a bandeja da caixa apresentam uma foto dos braços de uma criança gravando o nome da banda em sua pele com um bisturi, uma mania excessiva frequentemente utilizada fãs do grupo em apreciação a sua música, além de uma tática de tortura frequentemente implantada pelo exército estadunidense.

“Divine Intervention” recebeu críticas mistas em seu lançamento. A maioria das criticas aponta o realismo nas letras e como são retratados, por exemplo, assassinato e necrofilia e o mundo devastado e caótico que habitam. Tanto a mixagem quanto a masterização foram criticadas.

Segundo a revista AllMusic, "em vez de fazer algo como emular o Nirvana, Pearl Jam, Nine Inch Nails ou Ministry, o Slayer sabiamente recusou-se a soar como qualquer uma delas, exceto o próprio Slayer. Tom Araya e cia. responderam ao novo ambiente simplesmente se esforçando ser a banda de metal mais pesada que poderiam.

“Divine Intervention” alcançou a 8ª posição na Billboard 200 dos EUA e 15ª no UK Albums Chart, batendo a marca de 93 mil cópias vendidas em sua primeira semana. Posteriormente, foi certificado com disco de ouro nos Estados Unidos e Canadá, seguido pelo EP “Serenity in Murder”, lançado um ano depois. Embora seja um álbum menos acessível musicalmente que seu predecessor, “Seasons in the Abyss” (1990), em 2001 a revista Rolling Stone considerou o álbum de maior sucesso do Slayer.

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