Tool - Lateralus (2001)


Texto por Felipe Leonel

“Lateralus” é o terceiro álbum de estúdio da banda americana de rock progressivo/experimental Tool, lançado pelo selo Volcano Entertainment em 15 de maio de 2001, há 20 anos.

O álbum foi gravado nos estúdios Cello Studios (Hollywood), The Hook, Big Empty Space e The Lodge (os três em North Hollywood), entre outubro de 2000 e janeiro de 2001, e foi produzido pela própria banda ao lado de David Bottrill, que já havia trabalhado com o grupo nos álbuns “Ænima” (1996) e “Salival” (2000).

“Lateralus” surgiu após uma disputa legal de quatro anos do selo da banda, o Volcano Entertainment, contra os downloads ilegais de música no início da década de 2000. Na época, os membros do Tool eram abertamente críticos das redes de compartilhamento de arquivos devido ao impacto negativo sobre os artistas que dependem do sucesso nas vendas de discos. Ainda em janeiro de 2001, na tentativa de burlar a distribuição ilegal do novo disco, a banda anunciou que o título do álbum seria “Systema Encéphale”, divulgando junto uma lista de 12 faixas com títulos como ‘Riverchrist’, ‘Numbereft’, ‘Encephatalis’, ‘Musick’ e ‘Coeliacus’. Redes de compartilhamento de arquivos como o Napster foram inundadas com arquivos falsos com os nomes dos títulos. Um mês depois, a banda revelou o título original do álbum.

“Lateralus” chegou as lojas com vários erros em sua lista de faixas, assim como “Salival” quando foi lançado. As primeiras impressões vinham com a nona faixa escrita incorretamente, grafada como ‘Lateralis’ e a canção ‘Reflection’ como ‘Resolution’. Já a lista de faixas na edição em vinil foi alterada por causa do longo tempo de execução de algumas das canções, como ‘Disposition’ aparecendo como faixa oito.

“Lateralus” foi um sucesso comercial nos EUA, estrando em 1º lugar na parada da Billboard 200 batendo mais de 550 mil cópias vendidas em sua primeira semana de lançamento. Em 5 de agosto de 2003, o álbum foi certificado com disco duplo de Platina pela RIAA e em 13 de fevereiro de 2015, com disco de Ouro pelo BPI. Arrecadou também disco de Platina na Austrália e Platina Dupla no Canadá. Em 2002, levaram para casa o troféu de “Melhor Performance de Metal”, no Grammy Awards, pela canção ‘Schism’. O álbum também foi classificado na 123ª posição na lista "Definitive 200", do Rock and Roll Hall of Fame. Os dois singles promocionais do disco ganharam seus respectivos videoclipes, ‘Schism’, junto a intro ‘Mantra’, e ‘Parabol/Parabola’.

Ainda em 2001, "Lateralus" foi listado em diversas publicações musicais de “Listas de Fim do Ano”. Algumas delas incluem as revistas Alternative Press, onde foi classificado em 2º lugar, Metal Hammer, em 4º lugar e Terrorizer, em 6º lugar. A revista Kludge classificou na 2º posição em sua lista dos “10 Melhores Álbuns de 2001”. Já a revista Kerrang!, deu ao disco o 1º lugar em sua lista "Albums Of The Year" de 2001. No mesmo ano, “Lateralus” entrou como um dos “50 Melhores Álbuns” da Q Magazine.

Ao longo de duas décadas, o disco continuou recebendo elogios de diversos veículos especializados. Em 2009 e 2010, o álbum entrou nas listas de "Melhores Álbuns da década de 2000" das revistas Consequence of Sound e Terrorizer, respectivamente, angariando em 2006 um lugar na lista "100 Greatest Rock Albums" da revista Kerrang. Em 2016, o site Loudwire classificou “Lateralus” em 1º lugar como o melhor álbum de hard rock/metal do Séc. 21. A revista também o classificou em 6º lugar na lista dos seus "25 Melhores Álbuns de Metal Progressivo de Todos os Tempos". “Lateralus” acabou ficando em 32º lugar na lista dos “50 Melhores Álbuns de Rock Progressivo de Todos os Tempos” da revista Rolling Stone e em 33º lugar na lista “Top 100 Prog Albums of All Time” do site Louder Sound.

Além das diversas listas e premiações, “Lateralus” também recebeu críticas extremamente favoráveis em seu lançamento. Para Rob Theakston, da revista AllMusic, "Lateralus exige uma escuta atenta de sua a primeira faixa em diante, pois se torna rapidamente aparente que este não será um álbum que se possa ouvir e aceitar logo de cara. Mudanças complexas de ritmo, vocais assombrados e diversas mudanças na dinâmica fazem do álbum um exemplo com o qual outros grupos de metal poderiam aprender”.

Terry Bezer, da revista Drowned in Sound, comparou o lançamento a seu predecessor “Ænima”, chamando-o de "registro mais focado e astuto do que seus antecessores que de muitas maneiras coloca tudo que a banda produziu anteriormente em perspectiva". Segundo o crítico Dave Everly "É o álbum mais perfeitamente tocado e produzido que você provavelmente ouvirá neste ou em qualquer outro ano" e que foi "um dos melhores álbuns que você ouvirá em sua vida". Andy Capper, da revista NME, também aprovou o disco dizendo "Lateralus adicionou um pouco mais de cor à sua paleta de cânticos, percussão e drama. Maynard James Keenan não foi afetado pela melodia comparativa de seu projeto paralelo (A Perfect Circle), enquanto a natureza simplificada da instrumentação significa que o peso do Tool ainda brilha (...)".

Outras publicações também elogiaram as performances do bateria Danny Carey no álbum, destacando a música ‘Ticks & Leeches’ que, segundo o site NutSie.com, é a 3º melhor canção de sua lista “100 Best Rock Drum Performances”.

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