Yes - Tales from Topographic Oceans (1973)


Texto por Felipe Leonel

“Tales from Topographic Oceans” é o sexto álbum de estúdio da banda inglesa de rock progressivo Yes, lançado pelo selo Atlantic Records em 14 de dezembro de 1973, há 48 anos. 

"Tales from Topographic Oceans” é o primeiro álbum do Yes com a participação do baterista Alan White, que havia substituido Bill Bruford um ano antes.

A ideia para um álbum conceitual, idealizada pelo vocalista Jon Anderson, surgiu durante a turnê japonesa de 1973 enquanto lia, no livro “Autobiography of a Yogi” escrito por Paramahansa Yogananda, uma nota de rodapé descrevendo quatro textos hindus sobre um campo específico de conhecimento, chamados coletivamente de shastras (śruti, smriti, puranas e tantras).

Depois de apresentar a ideia ao guitarrista Steve Howe, os dois desenvolveram os temas e as letras que tomaram a forma de um álbum duplo contendo quatro faixas baseadas em cada texto. A ideia não foi recebida pelo tecladista Rick Wakeman, discordando da estrutura e do conceito elaborado e se sentindo incapaz de contribuir criativamente. 

“Tales from Topographic Oceans” foi desenvolvido em ensaiado  no Manticore Studios em Fulham, então propriedade da banda Emerson, Lake & Palmer. Já as gravações ocorreram no Morgan Studios, em Londres, ao longo de cinco meses.

O álbum contém quatro faixas, ou "movimentos", segundo Anderson, que variam entre 18 e 22 minutos. Todas as letras foram escritas por Anderson e Howe e as canções criadas pelo restanto da banda. As notas do encarte apresentam um breve resumo escrito por Anderson de como o conceito do álbum é expresso em um sentido musical. 

 Após o lançamento, a banda entrou sua turnê de apoiou de cinco meses passando pela Europa e América do Norte, a maior turnê da história da banda até então, com a execussão completa do disco durante as apresentações.

“Tales from Topographic Oceans” teve recepção mista da crítica e se tornou um símbolo do suposto “excesso do rock progressivo” com seu conceito detalhado e canções super longas. No entanto, foi um sucesso comercial, tornando-se o primeiro álbum do grupo a alcançar disco de ouro no Reino Unido apenas com base em pré-vendas.

“Tales from Topographic Oceans” liderou a parada britânica de álbuns por duas semanas seguidas e alcançou a 6ª posição na Billboard nos EUA, recebendo disco ouro em 1974 pelas suas mais de 500 mil cópias vendidas. 

“Tales from Topographic Oceans” recebeu críticas mistas em seu lançamento. Segundo Robert Sheldon, da revista The Times, a música era "rockofônica" e escolheu a canção ‘The Ancient’ como “uma peça que será estudada daqui a vinte e cinco anos como um ponto de virada na música moderna". Em sua crítica para a revista Melody Maker, Chris Welch escreveu "É uma obra-prima fragmentada, montada com um cuidado amoroso e longas horas no estúdio. Brilhante em remendos, mas muitas vezes demorando muito para apresentar seus vários pontos e, curiosamente, carente de calor ou expressão pessoal”. Para o crítico Gordon Fletcher, da revista Rolling Stone, o álbum soa como "doodles psicodélicos" e sofre de "elaboração excessiva" em comparação com canções de mais sucesso dos álbuns “Fragile” e “Close to the Edge”.

Em 1994 e 2003, “Tales from Topographic Oceans” foi relançado em edição remasterizada digita, a último incluindo faixas inéditas. Em 2016, o ábum retornou as lojas em uma versão com som estéreo 5.1 surround, dessa vez, remixada pelo produtor Steven Wilson.

Comentários

Postagens mais visitadas