Dio - Holy Diver (1983)


Texto por Felipe Leonel

“Holy Diver” é o primeiro álbum de estúdio da banda americana de heavy metal Dio, lançado pelos selos Warner Bros. (EUA) Vertigo (UK) e Mercury (Europa e Japão) em 25 de maio de 1983, há 38 anos.

Logo após sua saída do Black Sabbath devido a problemas criativos com a banda, Ronnie James Dio e o baterista Vinny Appice decidiram criar um novo projeto que levaria o nome do vocalista. Para completar a nova banda, foram chamados Jimmy Bain (Rainbow) no baixo e Vivian Campbell (Sweet Savage) na guitarra, na época com apenas 21 anos.

“Holy Diver” teve como forte fonte de inspiração temas sobre fantasia, aventura e contos heroicos diversos retirados de livros como “O Senhor dos Anéis” (J. R. R. Tolkien) e pela procura entre jovens de jogos de RPG como “Dungeons & Dragons”. Leitor assíduo de ficção científica, contos arthurianos e um fã declarado do romancista/poeta/dramaturgo/historiador escocês Sir Walter Scott, Dio, que já havia usado a fantasia nas letras de sua banda Elf no início dos anos 70, decidiu levar a temática muito mais a fundo em sua carreia solo, experimentando sem medo em seu debut.

A capa de “Holy Diver”, criada pelo artista Randy Berrett, mostra o mascote da banda, Murray, girando suas correntes em torno das ondas marítimas onde flutua um homem, aparentemente um padre. Murray acabou ganhando notoriedade em os fãs de mascotes de bandas, aparecendo em vários outros álbuns de Dio ao longo de sua carreira.

Já a logo do álbum, "DIO", acabou gerando muita conversa e especulações entre o público. Alguns críticos afirmavam que a logotipo vista de cabeça para baixo poderia ser interpretada como a grafia da palavra “DIE” (morrer) ou “DEVIL” (demônio). Posteriormente, Dio chamou isso de “apenas uma pura coincidência”.

“Holy Diver” foi aclamado pela imprensa musical e pelos fãs do cantor em seu lançamento. Eduardo Rivadavia, da revista AllMusic, afirmou que "Além das composições inquestionavelmente estelares de Ronnie, a qualidade e consistência impressionantes de ‘Holy Diver’ se devem muito a seus companheiros de banda cuidadosamente escolhidos”.

Segundo o crítico canadense Martin Popoff, o álbum é a "Quintessência do metal tradicional. Ronnie reinventou quase sozinho o hard rock gótico dos anos 80, incorporando fortes ganchos melódicos e mais do que a cota normal de veludo do gênero, pirotecnia de base clássica".

A revista britânica Kerrang!, não somente rasgou elogios a “Holy Diver” como o colocou em 5º lugar em sua lista de “Fim de Ano” de melhores lançamentos. Ainda hoje a revista considera o disco um "Álbum de metal melódico perfeito" e uma "compra essencial".

Em 12 de setembro de 1984 e 21 de março de 1989, “Holy Diver” foi certificado com disco de ouro e disco de platina, respectivamente, nos EUA. No Reino Unido, arrecadou disco de prata, 60 mil cópias vendidas, pela British Phonographic Industry.

Em 2017, “Holy Diver” foi classificado na 16º posição na lista dos "100 Melhores Álbuns de Metal de Todos os Tempos" da revista Rolling Stone. O álbum arrecadou também o 8º lugar na lista dos "25 Melhores Álbuns de Metal" do site IGN e uma declaração efusiva do site "Em todas as suas bandas, em todos os seus projetos, em todas as suas escolhas musicais, Ronnie James Dio teve a sorte de ser associado a alguns dos melhores do heavy metal - Sabbath, Rainbow e sua própria banda, Dio. Para melhor representar sua gestão no gênero, não é preciso olhar muito mais longe do que “Holy Diver”. Seu primeiro álbum com sua nova banda também foi o melhor. É um dos melhores álbuns do metal e gerou duas das maiores canções do metal dos anos 80, 'Holy Diver' e 'Rainbow in the Dark'. Apresentando o subestimado Vivian Campbell na guitarra, o álbum mostrou que Dio poderia fazer o que quisesse nos seus próprios termos”.

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