Death - Scream Bloody Gore (1987)

Texto por Felipe Leonel

“Scream Bloody Gore” é o primeiro álbum de estúdio da banda estadunidense de death metal Death, lançado pelo selo Combat Records em 25 de maio de 1987, há 34 anos.

O álbum foi produzido pelo guitarrista/vocalista Chuck Schuldiner ao lado do lendário produtor Randy Burns. Todas as faixas, além de compostas por Schuldiner, tiveram suas partes de guitarra, baixo e vocais gravados pelo músico com as partes de bateria ficando a cargo de Chris Reifert, que havia se juntado a Schuldiner para a demo “Mutilation” (1986). “Scream Bloody Gore” é o único álbum do Death com a participação de Reifert. Mesmo sendo mencionado no encarte do disco como guitarrista base, John Hand só se juntou ao grupo após as gravações do álbum.

“Scream Bloody Gore” foi gravado duas vezes. Os primeiros registros do álbum foram feitos em um estúdio na Flórida, apenas as faixas de guitarra e bateria, mas a gravadora não ficou satisfeita com a mixagem inicial, levando Schuldiner e Reifert a regravar todo o material na Califórnia, já com Burns como produtor.

A lista original de faixas consistia apenas nas canções ‘Torn to Pieces’, ‘Legion of Doom’, ‘Scream Bloody Gore’, ‘Sacrificial Cunt’ (mais tarde abreviado para "Sacrificial"), ‘Mutilation’, ‘Land of No Return’ e ‘Baptized in Blood’. As canções ‘Regurgited Guts’, ‘Beyond the Unholy Grave’ e ‘Zombie Ritual’ foram inspiradas no longas de terror “City of the Living Dead” (1980), “The Beyond” (1981) e “Zombie” (1979), respectivamente, todos dirigidos pelo diretor italiano Lucio Fulci.

Apenas metade das músicas escritas para a demo “Mutilation” foram regravadas e incluídas no álbum. ‘Infernal Death’ e ‘Baptized in Blood’ apareceram originalmente na demo “Infernal Death”, ‘Mutilation’ na demo "Back from the Dead", ‘Zombie Ritual’ e ‘Land of No Return’ na demo “Mutilation” e ‘Evil Dead’ e ‘Beyond the Unholy Grave’ no álbum “Death By Metal” (1984) do Mantas, banda anterior de Schuldiner. ‘Beyond the Unholy Grave’ e ‘Land of No Return’ acabaram sendo cortados das versões em vinil e fita cassete, incluídas como faixas bônus apenas na versão em CD e em relançamentos subsequentes.

“Scream Bloody Gore” é considerado por muitos fãs como a pedra fundamental do gênero, inaugurando o estilo, embora, alguns críticos considerem “Seven Churches” (1985) do Possessed o primeiro disco de death metal.

Para Eduardo Rivadavia, do site AllMusic, “Seven Churches” foi uma transição entre thrash metal e death, enquanto “Scream Bloody Gore” definiu os elementos centrais do estilo. De acordo com o jornalista Joel McIver, o álbum de estreia do Death foi uma "virada no metal extremo", o qualificando como "o primeiro álbum de death metal verdadeiro". O escritor Ian Christe declara em seu livro, “Sound of the Beast: The Complete Headbanging History of Heavy Metal” (2003), que "’Scream Bloody Gore’ emulou o punk hardcore e também evocou os humores sombrios das trilhas sonoras de terror dos filmes de zumbi drive-in e terror canibal de George Romero”. Já a revista Metal Forces, descreveu o álbum como "death metal em seu extremo, brutal, cru e ofensivo. O tipo que separa o verdadeiro death metal de incontáveis seguidores de tendências".

Em 20 de maio de 2016, os selos Perseverance Holdings, Ltd. e Relapse Records relançaram “Scream Bloody Gore” nas versões CD, vinil e fita cassete comemorativas. O álbum foi remasterizado para este lançamento e incluiu a sessão original gravada na Flórida, bem como gravações de ensaios realizados em 1986. No mesmo ano, o relançamento entrou para a lista dos 200 álbuns mais vendidos nos EUA em sua primeira semana de lançamento, marcando a primeira aparição do Death na 174ª posição na parada da Billboard 200 estadunidense.