Oysterhead - The Grand Pecking Order (2001)

Por Felipe Leonel
O que acontece quando três músicos de diferentes estilos se juntam para compor e gravar um disco? Bom, nesse caso em especial, são colocados nessa panela enorme uma mistura de psicodelia, experimentalismo, punk, new wave, funk, progressivo, alternativo e mais um monte de outras doideras que só Les Claypool (Primus), Trey Anastasio (Phish) e Stewart Copeland (The Police) juntos poderiam imaginar.
O Oysterhead é uma banda estadunidense fundada em 2000, especialmente para uma apresentação única no New Orleans Jazz Fest. A química entre os três e o sucesso dessa performance foi tão intensa e musicalmente interessante que o projeto, que seria apenas para uma noite, acabou se expandindo, se transformando efetivamente no Oysterhead e levando à gravação do álbum “The Grand Pecking Order”, lançado em 2 de outubro de 2001.

Essa criatividade toda é atribuída principalmente pela experiência criativa de cada membro, trazendo sua identidade musical única para o disco, com Claypool abusando de suas linhas de baixo excêntricas, Anastasio trazendo melodias complexas e cheias de harmonia e, claro, com Copeland e sua precisão absurda nas linhas de bateria, além de um certo groove aqui e acolá.
Essa mistura de elementos também é bastante óbvia já na capa do álbum, criada pelo artista Tim Slowinski, responsável também pelas ilustrações que compõem o design visual de todo o disco. Com estilo surrealista e simbólico, a arte consegue refletir muito bem a natureza experimental e eclética da música trazendo também uma referência divertida ao nome da banda.

Durante o lançamento do álbum, a recepção da crítica e público foi excelente, considerada uma verdadeira colagem sonora, e logo em seguida veio uma turnê de divulgação. A tour estava originalmente planejada para passar por todo os EUA, mas teve que ser interrompida pouco depois devido ao impacto dos ataques de 11 de setembro. Por causa disso, a energia criativa da banda se dispersou com os compromissos paralelos dos membros.
Mesmo com o cancelamento da turnê ainda em 2001, o grupo voltou a tocar mais uma vez em 2006 em uma reunião especial no Bonnaroo Music Festival. Em 2020 e 2021, realizaram novos shows esporádicos retornando uma última vez em 2022, tocando no SweetWater 420 Fest, em Atlanta, revisitando boa parte do repertório do único álbum.
“The Grand Pecking Order” é como uma viagem por um universo paralelo — alternando entre o caos controlado, introspecção psicodélica e uma série de referências internas da própria banda. E mesmo não sendo um disco lá tão fácil de escutar, muito menos radiofônico, o trabalho consegue ser incrivelmente criativo e, ainda mais, único em todos os sentidos.

Tanto disco quanto banda são bastante amados pelos fãs de cada um dos membros (e das bandas deles, principalmente entre os fãs de Primus), muito pela ousadia do grupo e por sair da casinha sem medo nenhum. Hoje, mesmo desconhecido entre o público do mainstream, Oysterhead é um cult classic e uma referência máxima quando se trata de colaborações inusitadas e também no conceito de “supergrupo”.
“The Grand Pecking Order”
1. Little Faces
2. Oz is Ever Floating
3. Mr. Oysterhead
4. Shadow of a Man
5. Radon Balloon
6. Army’s on Ecstasy
7. Rubberneck Lions
8. Polka Dot Rose
9. Birthday Boys
10. Wield the Spade
11. Pseudo Suicide
12. The Grand Pecking Order
13. Owner of the World
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