Motörhead - Bomber (1979)


Texto por Felipe Leonel

“Bomber” é o terceiro álbum de estúdio da banda de rock/metal Motörhead, lançado pelo selo Bronze Records em 27 de outubro de 1979, há 42 anos.

Em 1977, o Motörhead já contava com uma base leal de fãs no cenário punk e heavy metal devido a seu primeiro disco homônimo que alavancou a popularidade da banda no Reino Unido. Ainda sim, foi com o lançamento de “Overkill”, lançado oito meses antes de “Bomber”, que a banda atingiu seu ápice. A faixa ‘Overkill’ chegou em 1º lugar no Top 40 britânico levando a banda a aparecer novamente no programa de TV ‘Top of the Pops’.

Com o sucesso do disco, a banda voltou ao estúdio naquele mesmo ano com o objetivo de gravar o que viria a ser “Bomber” ao lado do lendário produtor Jimmy Miller. Dessa vez, a banda não teve a oportunidade de trabalhar as músicas na estrada, como fizeram em seu álbum anterior. No entanto, “Bomber” alcançaria a 12ª posição na parada de álbuns do Reino Unido, seu ponto mais forte com o álbum até aquele momento.

Durante as gravações, Miller estava cada vez mais sob a influência do uso de heroína, a certa altura desaparecendo inteiramente do estúdio sendo encontrado dormindo sobre volante de seu carro. Devido a isso, a banda decidiu compor ‘Dead Men Tell No Tales’, a primeira canção anti-drogas do grupo. 

“Bomber” também aborda de forma crítica diversos outros temas como violência policial, em ‘Lawman’, problemas pessoais que Lemmy tinha no casamento e com seu pai devido ao abandono, em ‘Poison’, o abuso no consumo de programas televisivos, em ‘Talking Head’ e o show business por si só, em ‘All the Aces’. Um dos destaques é a faixa ‘Step Down’, em que o guitarrista Eddie Clarke aparece cantando. A faixa-título foi inspirada no romance “Bomber”, escrito por Len Deighton.

O single, ‘Bomber’, foi lançado apenas em 1º de dezembro de 1979, cinco semanas após o álbum. A prensagem inicial do single foi de 20 mil cópias feitas em vinil azul que logo se esgotaram sendo substituída por uma versão mais comum em vinil preto. A capa do álbum foi criada pelo artista inglês, Adrian Chesterman e é o primeiro disco do Motörhead a apresentar, mesclado a arte, uma foto da banda. 

Logo após o lançamento, a banda iniciou sua “Bomber Tour” que apresentava em seus shows um avião "bombardeiro" feito de tubos de alumínio e diversas luzes que ficava sobre o palco enquanto a banda tocava, se movendo para frente e para trás e de um lado para outro, o primeiro a ser capaz de fazer isso. 

“Bomber” foi muito bem recebido pela crítica e pelos fãs, recebendo elogios pelas mudanças temáticas e evolução na sonoridade, além das canções de destaque como ‘Dead Men Tell No Tales’, ‘Stone Dead Forever’, a faixa-título, ‘Bomber’, e o solo de Eddie Clarke em ‘All the Aces’.

Em junho de 2005, uma reedição especial em CD duplo foi lançada para coincidir com a turnê de 30º aniversário do Motörhead. Ainda em 2005, “Bomber” foi classificado na 397º posição no livro “500 Melhores Álbuns de Rock e Metal de Todos os Tempos” da revista Rock Hard.

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