Iron Maiden - The X Factor (1995)


Texto por Felipe Leonel 

“The X Factor” é o décimo álbum de estúdio da banda inglesa de heavy metal Iron Maiden, lançado pelo selo EMI Records em 2 de outubro de 1995, há 26 anos. 

“The X Factor” é o primeiro de dois álbuns do Iron Maiden com a participação do vocalista Blaze Bayley (ex-Wolfsbane) substituindo Bruce Dickinson, que havia deixado a banda após a turnê promocional do álbum “Fear of the Dark” (1992) para seguir carreira solo. 

O álbum apresenta um tom mais sombrio em comparação aos trabalhos anteriores da banda, devido a um período complicado de divórcio em que o baixista Steve Harris estava passando. Essa mudança se reflete também na arte da capa, criada por Hugh Syme, que representa graficamente a mascote da banda, Eddie, sendo vivissecado e lobotomizado por uma máquina. A capa apresenta um estilo mais realista mostrando Eddie em cenário real feito em miniatura e fotografado, não mais ilustrado como nos discos anteriores.

O título do álbum, 'The X Factor', surgiu ainda no início das gravações e representa a mudança na formação e o modo como os integrantes se sentiam em torno do novo disco. “The X Factor” foi o último álbum a usar a variante clássica da logotipo da banda. Até “The Book of Souls”, de 2015, cada lançamento de estúdio usava uma fonte alternativa que removia as pontas estendidas das letras R, M e ambos os N's.

“The X Factor” foi o 10º álbum consecutivo, entre os dez primeiros, do Iron Maiden nas paradas do Reino Unido, mas passou apenas quatro semanas na parada. Durante a promoção do álbum, a turnê “The X Factour”, diversas datas nos Estados Unidos foram canceladas devido a problemas que Bayley sofria na voz por causa da pesada agenda de shows da banda.

‘Man on the Edge’, ‘Lord of the Flies’, as duas lançadas como singles, e ‘Sign of the Cross’, permaneceram no setlist da banda mesmo após o retorno de Bruce Dickinson em 1999. Versões ao vivo dessas canções, com Dickinson nos vocais, podem ser encontradas no single ‘The Wicker Man’ e nos álbuns ao vivo “Rock in Rio” (2001) e “Death on the Road” (2005). 

Versões ao vivo de ‘Blood on the World Hands’ e ‘The Aftermath’ podem ser encontradas na compilação “Best of the 'B' Sides” (2002). Blaze Bayley gravou uma versão de ‘Sign of the Cross’ em sua carreira solo no disco ao vivo “As Live as It Gets”, de 2003.

‘The Edge of Darkness’ é baseada no filme “Apocalypse Now”, de 1979, adaptado do livro “Heart of Darkness”, do escritor Joseph Conrad. ‘Man on the Edge’ é baseada no filme “Um Dia de Fúria”, de 1993 e ‘Lord of the Flies’, no romance homônimo de William Golding. ‘Sign of the Cross’ tem sua inspiração no romance, “O Nome da Rosa”, do escritor italiano Umberto Eco. 

“The X Factor” foi recebido com críticas mornas, na maioria, pouco favoráveis. Para a revista AllMusic, o álbum "sofre de uma falta de riffs poderosos e músicas escritas de maneira restrita (...) um álbum sem brilho”. Já a revista Sputnikmusic foi mais positiva sobre o lançamento, considerando o álbum "uma mudança para o Iron Maiden, e muito importante", pois "abriu o caminho para futuros álbuns de duração semelhante", elogiando também o "frequentemente criticado" Blaze Bayley, cuja voz "é perfeita para o novo lançamento”.

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