Sepultura - Chaos A.D. (1993)
“Chaos A.D.” é o quinto álbum de estúdio da banda de thrash/heavy/death metal Sepultura, lançado pelo selo Roadrunner Records em 2 de setembro de 1993, há 28 anos.
Ainda no início da produção, o Sepultura considerou diversos produtores, incluindo o compositor de jazz John Zorn e Al Jourgensen, baixista e vocalista do Ministry, uma das bandas pioneiras do metal industrial, mas acabaram escolhendo Andy Wallace, que já havia trabalhado na mixagem de “Arise”, de 1991.
Preocupados em cair em uma estagnação musical após passar dois anos em na turnê promocional do “Arise”, a banda decidiu se desafiar e seguir por um caminho completamente diferente em “Chaos A.D.”. A banda se isolou totalmente durante as gravações no Rockfield Studios, em South Wales, País de Gales.
O álbum apresenta uma mudança sonora drástica no estilo da banda em comparação a seus trabalhos anteriores incorporando um novo som mais groove ao death/thrash já conhecido. É também o primeiro disco a utilizar afinações mais baixas de guitarra.
“Chaos A.D” marca, também, uma mudança nas temáticas das letras, abordando temas mais adultos sobre violência, conflitos e morte. ‘Refuse / Resist’ é uma música anti-policial e utiliza seu refrão como um slogan de uma marcha de protesto. ‘Territory’, trata do conflito entre os povos palestino e israelense. ‘Slave New World’ é um protesto contra a censura.
A primeira faixa, ‘Refuse/Resist’, revela de cara a nova direção musical da banda, mais lenta, com mais ênfase no groove do que na velocidade. ‘Biotech Is Godzilla’ mistura o thrash metal, já tradicional ao Sepultura, com influências hardcore. ‘Nomad’, apresenta riffs mais lentos e uma percurção mais densa.
‘Amen’ fala sobre o suicídio coletivo de David Koresh, líder de uma seita, e seus seguidores em Waco, Texas. ‘Manifest’ é sobre o massacre ocorrido no antigo Presídio do Carandiru. ‘Kaiowas’ é uma clara homenagem a uma tribo indígena brasileira que cometeu suicídio coletivo em protesto contra o governo que queria expulsá-los de suas terras. ‘Nomad’, aborda o mesmo tema, pessoas expulsas e suas terras natais.
A canção ‘Kaiowas’, faixa totalmente acústica, foi gravada ao vivo entre as ruínas do castelo medieval de Chepstow e apresenta os guitarristas Andreas Kisser e Max Cavalera no violão e viola e o baterista Igor Cavalera e o baixista Paulo Jr. na percussão.
Durante as gravações, o Sepultura gravou diversos covers, ‘The Hunt’, do New Model Army, ‘Polícia’, dos Titãs, ‘Inhuman Nature’, do Final Conflict e ‘Crucificados Pelo Sistema’, do Ratos de Porão.
A turnê “Chaos A.D.” deu início em 23 de outubro de 1993 ao lado dos britânicos do Paradise Lost como banda de abertura. A perna estadunidense da turnê, co-encabeçada pelo Pantera, coincidiu com a Copa do Mundo de 1994, com o show em Irvine, Califórnia, ocorrendo em 17 de julho, poucas horas após a final do torneio. O Sepultura, cujos integrantes compareceram à partida, subiram ao palco decorado com as cores da bandeira em comemoração ao triunfo da seleção.
Na época em que “Chaos A.D.” foi lançado, o Sepultura era a maior banda sob o selo Roadrunner. Ciente da crescente popularidade da banda, a gravadora gastou cerca de 1 milhão de dólares em uma campanha de marketing que rapidamente garantiu a eles discos de prata e ouro na Bélgica, França e Reino Unido. “Chaos A.D.” vendeu mais de 1,5 milhão de cópias em todo o mundo.
Posteriormente o grupo assinou um contrato de distribuição exclusiva com o selo Epic Records, mas a parceria acabou fracassando. A gravadora deu pouca atenção ao Sepultura, preferindo investir em outros projetos como o Fight, banda recém criada por Rob halford, e Prong, mas que foram, no longo prazo, menos bem-sucedidos do que os brasileiros.
“Chaos A.D.“ recebeu críticas positivas de praticamente toda a mídia especializada, elogiando a experimentação do álbum e a sensação de que a banda estava se desenvolvendo cada vez mais.
Em 2017, “Chaos A.D.” foi classificado pela revista Rolling Stone na 29º posição em sua lista dos "100 Melhores Álbuns de Metal de Todos os Tempos".
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