Metallica - …And Justice for All (1988)


Texto por Felipe Leonel

“…And Justice for All” é o quarto álbum de estúdio da banda estadunidense de thrash/heavy metal Metallica, lançado pelo selo Elektra Records em 25 de agosto de 1988, há 33 anos.

“...And Justice for All” foi o primeiro álbum do Metallica com a participação do baixista Jason Newsted contratado logo após a morte de Cliff Burton em 1986. Newsted havia tocado anteriormente no E.P, “Garage Days Re-Revisited”, lançado em 1987. 

A banda planejava gravar o álbum antes, mas foi impedida pela quantidade de apresentações agendadas durante o verão de 1987, incluindo o Monsters of Rock na Europa. Outro motivo foi a lesão no braço que James Hetfield sofreu andando de skate. 

O título do álbum foi revelado em abril de 1988. A arte foi criada por Stephen Gorman, baseado num conceito de Hetfield e Ulrich.

A temática obscura, contendo referências a injustiça no sistema de leis, supressão de liberdades, guerra, insanidade e ódio, é acompanhado pelas estruturas musicais mais complexas de toda a discografia do Metallica, destacadas com profundidade nas faixas ‘One’, ‘…And Justice for All’ e ‘Harvester of Sorrow’.

O disco é considerado o último dentro do gênero thrash metal, abolido no álbum seguinte, “Metallica” (mais conhecido como “Black Album”), lançado em 1991.

“...And Justice for All” foi gravado de janeiro a maio de 1988 no estúdio One on One, em Los Angeles. A produção ficou a caro da própria banda em conjunto com o produtor Flemming Rasmussen. 

O processo de gravação do Metallica foi algo totalmente novo para Jason Newsted, que questionou o impacto no som final e a falta de discussão em grupo. Ele foi colocado para gravar suas partes separadamente do resto da banda, numa sala onde ficava sozinho com um assistente. 

Newsted havia tido uma experiência diferente com sua antiga banda, Flotsam and Jetsam, cujo estilo ele descreveu como "basicamente todo mundo tocando junto formando uma parede de som". 

Na mixagem final, o baixo ficou quase inaudível a pedido de Hetfield e Ulrich. De acordo com Rasmussen “Após Lars e James ouvirem as mixagens iniciais, a primeira coisa que disseram foi "diminua o volume do baixo até você mal poder ouvi-lo, depois diminua mais 3dB". Não faço ideia do motivo, mas não dependia de mim, e eu só fiquei sabendo depois que o álbum foi lançado”.

Em 2009, Hetfield disse que o baixo não pode ser ouvido porque segue muito de perto as notas das guitarras, tornando-os indiscerníveis, e porque as frequências graves estavam competindo umas com as outras, uma vez que sua guitarra já possui bastante grave. Também houve falta de direcionamento, como a maior parte da produção foi feita pela própria banda, não havia ninguém presente no estúdio para guiar o baixista novato e orientá-lo, algo que um produtor tipicamente faria. Newsted não ficou satisfeito com a mixagem final, dizendo que não se sentiu bem com o resultado, já que não podia ouvir o som do próprio baixo.

“...And Justice for All” já vendeu mais de 8 milhões de cópias somente nos Estados Unidos e faz parte da lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame. Em 2017, foi eleito o 21º melhor álbum de metal de todos os tempos pela revista Rolling Stone.

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