Mayhem - Deathcrush (1987)
Texto por Felipe Leonel
“Deathcrush” é o primeiro EP da banda norueguesa de black metal Mayhem, lançado pelo selo Posercorpse em 16 de agosto de 1987, há 34 anos.
Embora influente no cenário black metal até hoje, as letras e sonoridade de “Deathcrush”
foram amplamente influenciados por bandas estadunidenses de thrash metal dos
anos 80. De acordo com o vocalista Dead (Per Yngve Ohlin) (que se juntaria ao
grupo após o lançamento do EP), a maioria, mas não todas as letras, foram
escritas pelo baixista Necrobutcher (Jørn Stubberud). Maniac (Sven-Erik
Kristiansen) executou os vocais em quase todas as faixas, exceto ‘Pure Fucking
Armageddon’, cantada por Messiah (Eirik Skyseth Norheim).
Após a entrada de Dead e do guitarrista Euronymous (Øystein Aarseth), a banda
adotou temas líricos mais sombrios e começou a rejeitar a maioria das outras
bandas de metal que haviam os influenciado até então. Com a entrada, os novos
membros "queriam que as coisas fossem mais sérias e extremas". Para Dead "(as letras) não são nada
ruim, é o que mais tarde se tornaria sangrento e moderno".
Toda a produção “Deathcrush” foi feita de forma precária e sem conhecimento
prévio da banda dentro de um estúdio. Segundo o baterista Kjetil Manheim o som
da banda era "Algo que (o técnico do estúdio) não entendia como gravar
(...) então ele apenas ajustou a mesa e nós gravamos". Kjetil também
afirmou que não havia "Mixagem alguma, antes ou depois. Sem overdubs e com
baixo, bateria, guitarra ao vivo com os vocais gravamos depois".
A faixa de abertura do álbum, foi dada à banda pelo compositor alemão de música
eletrônica Conrad Schnitzler, depois que Euronymous encontrou o endereço
residencial de Schnitzler e sentou-se do lado de fora de sua casa até que ele
fosse finalmente convidado para entrar. Euronymous então pediu a Schnitzler
para compor uma introdução para o álbum, em vez de gravar uma nova composição,
Schnitzler o entregou uma fita aleatória de seus arquivos, que mais tarde
ficaria conhecida como ‘Silvester Anfang’.
Em 2008, o escritor Daniel Ekeroth escreveu que "Os dois visionários dessa
cena, Euronymous e Dead, empurraram um ao outro ainda mais na escuridão e em
algum momento de 1990 eles finalmente adotaram a imagem satânica que se
tornaria tão crucial para o gênero (...) Está bem documentado que Euronymous
conhecia e gostava muito de death metal e grindcore”.
Apesar da tiragem limitada, “Deathcrush” chegou a figurar o top 20 das paradas
de álbuns da revista da Kerrang! em seu ano de lançamento. Em 2006. A faixa
‘Chainsaw Gutsfuck’ foi eleita a "Letra mais brutal de todos os
tempos" pela revista especializada Blender.
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