Black Sabbath - Sabotage (1975)
Texto por Felipe Leonel
“Sabotage” é o sexto álbum de estúdio da banda inglesa de
heavy metal Black Sabbath, lançado pelo selo Vertigo Records em 27 de julho de
1975, há 46 anos.
“Sabotage” foi gravado em meio a um processo judicial
conturbado com o ex-empresário da banda Patrick Meehan. O estresse resultante
dos contínuos problemas legais se infiltrou no processo de composição,
inspirando o título do álbum.
“Sabotage” começou a ser gravado ainda em fevereiro de 1975,
novamente na Inglaterra, no Morgan Studios em Willesden, Londres, e foi
co-produzido pelo guitarrista Tony Iommi e pelo produtor Mike Butcher.
O álbum continua a mistura de influências musicais da banda,
apresentando tons de blues, hard rock, com músicas mais pesadas e melodias
experimentais mais suaves (‘Supertzar’ e ‘Am I Going Insane [Radio])’.
A faixa ‘The Writ’, é uma das poucas canções do Black
Sabbath com letras compostas pelo vocalista Ozzy Osbourne, normalmente escritas
pelo baixista Geezer Butler. A música é também inspirada nos processos
judiciais de Meehan e na frustração que Ozzy sentia quanto a isso, atacando
violentamente o mundo da música como uma crítica selvagem dirigida
especificamente ao antigo empresário.
A faixa instrumental ‘Don't Start (Too Late)’, intro de “Symptom of the Universe”, gravada no violão e totalmente acústica, é uma
homenagem ao operador de som do grupo David Harris, que muitas vezes reclamava
da banda por começar a tocar antes que ele tivesse preparado todo o
equipamento.
Após seu lançamento, “Sabotage” gerou reações nada
agradáveis da banda e dos fãs em relação a capa do álbum, considerada por
muitos até hoje, como uma das piores capas de álbum da história do rock. O
conceito de espelho invertido foi concebido por Graham Wright, técnico de
bateria de Bill Ward, que também era artista gráfico.
O plano original era de que cada membro aparecesse na capa
vestido de preto, mas durante o ensaio, nenhuma das vestimentas apropriadas
foram fornecidas pela equipe, obrigando a banda a usar suas próprias roupas. No
final, Ward acabou usando as meias-calças vermelhas de sua esposa e uma jaqueta
preta que havia encontrado por lá, já que ele mesmo estava usando roupas muito
casuais no momento.
Ainda em 1975, o grupo deu início a uma turnê promocional
pelos EUA ao lado da formação original do Kiss, mas foram forçados a
interromper poucos meses depois devido a um acidente de moto de Ozzy. A turnê
também incluiu uma aparição, transmitida ao vivo, no programa de TV “Don
Kirshner's Rock Concert”, no Santa Monica Civic Auditorium, apresentando as
faixas ‘Killing Yourself To Live’, ‘Hole In The Sky’, ‘Snowblind’, ‘War Pigs’ e
‘Paranoid’.
“Sabotage” foi muito bem recebido em seu lançamento, e pela
segunda vez, recebendo críticas favoráveis nos EUA depois do sucesso de
“Paranoid” (1970), alcançando a 7ª posição nas paradas do Reino Unido e a 28ª
nas paradas norte-americanas. Em 16 de junho de 1997, o álbum alcançou as 500
mil cópias vendidas nos EUA, arrecadando disco de ouro pela RIAA. “Sabotage”
foi o primeiro disco do Black Sabbath a não alcançar disco de platina nos EUA.
Em 2017, a revista Rolling Stone classificou o álbum em 32º
lugar na lista dos "100 Melhores álbuns de Metal de Todos os Tempos".
Uma curiosidade, segundo Iommi, as sessões de gravação do
álbum foram o cenário de uma lendária jam session entre Black Sabbath e Led
Zeppelin. A lembrança de Iommi pode ser imprecisa, no entanto, alguns registros
mostram que o Zeppelin estava em turnê nos EUA no momento em que “Sabotage”
estava sendo gravado. Já Ward, lembrar do momento exato da jam é algo um pouco
confuso, segundo o baterista “Nem sei em que álbum estávamos trabalhando, mas
uma das canções favoritas de John (Bonham) era 'Supernaut', então, quando eles
foram para o estúdio, ele queria tocar 'Supernaut”.
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