Queensrÿche - Operation: Mindcrime (1988)


Texto por Felipe Leonel

“Operation: Mindcrime” é o terceiro álbum de estúdio da banda estadunidense de heavy metal Queensrÿche, lançado pelos selos EMI e Manhattan Records em 3 de maio de 1988, há 33 anos.

“Operation: Mindcrime” é o primeiro álbum conceitual do grupo e conta a história do personagem Nikki, um viciado em drogas que se desilude com a sociedade corrupta de seu tempo e, relutantemente, se envolve com um grupo revolucionário, liderado pelo misterioso demagogo político e religioso Dr. X, como assassino de líderes políticos.

Por meio da combinação de seu vício em heroína e técnicas de lavagem cerebral, Dr. X manipula Nikki para se tornar um assassino. Sempre que Dr. X usa a palavra "crime mental", Nikki se torna seu fantoche. 

Ao longo da trama Kikki se envolve com uma prostituta adolescente que se tornou freira chamada Irmã Mary e que através de sua amizade e crescente afeição pela garota Nikki começa a questionar a natureza de seus atos e dos planos nefastos de Dr. X.

A história termina com Nikki desamparado e em conflito interno pela morte de Mary, após encontrá-la morta e sem saber se ele mesmo quem a matou, sofrendo de uma perda quase total de memória e internado em um hospital psiquiátrico, onde repassa em suas memórias seus últimos momentos com a jovem.

A ideia do álbum surgiu após o vocalista, Geoff Tate, ouvir uma conversa solta de alguns de seus amigos membros do movimento separatista militante da cidade de Quebec, no Canadá, quando havia acabado de se mudar para o país, alguns dos quais estavam em organizações envolvidas em bombardeios e terrorismo.

Enquanto escrevia o disco, Tate também incorporou algumas das memórias de amigos que haviam sido abandonados devido ao uso pesado de drogas. Enquanto trabalhava no enredo básico por trás do álbum, Tate também teve que convencer o resto de seus companheiros de banda. O guitarrista, Chris DeGarmo, logo compartilhou seu entusiasmo pelo projeto o que, eventualmente, acabou gerando interesse também no restante da banda.

“Operation: Mindcrime “ganhou dois singles promocionais ‘Eyes of a Stranger’ e ‘I Don't Believe in Love’, indicada na categoria "Melhor Performance de Metal" no Grammy Award de 1990, que ajudaram a abrir espaço comercialmente para o grupo nos EUA, sendo os primeiros grandes sucessos da banda nos país. Já o álbum, alcançou a 50ª posição na Billboard 200 e foi certificado com disco de ouro pela RIAA ainda no início de 1989 e disco de platina dois anos depois.

Ainda em 1988, um vídeo clipe foi lançado para canção “Speak” utilizando imagens de performances do grupo ao longo da turnê sem a inclusão de uma dramatização de nenhum dos conceitos da história.

Durante a turnê promocional de seu sucessor, o álbum “Empire” (1990), “Operation: Mindcrime” foi apresentado na integra. As apresentações foram gravadas e contavam com vídeos, animações e a cantora convidada Pamela Moore como Irmã Mary, lançada posteriormente como “Operation: Livecrime” (1991).

“Operation: Mindcrime” recebeu ampla aclamação da crítica e do público após seu lançamento, com diversos elogios a musicalidade da banda, a voz de Tate e ao enredo complexo e bem desenvolvido, além da produção competente de Peter Collins.
Em sua crítica, a revista Rock Hard comentou como a música do Queensrÿche apresentava "intervalos inteligentes, estruturas musicais incomuns e arranjos engenhosos”. O crítico Bernard Doe, da revista Metal Forces, declarou que o álbum "merece estar ao lado de nomes como “Quadrophenia” do The Who e “The Dark Side of the Moon” do Pink Floyd (os dois lançados em 1973) por seu brilho conceitual" e elogiou a banda por "injetar sangue novo em ideias antigas e carimbar a sua própria autoridade sobre eles"

Ainda em janeiro de 1989, o álbum arrecadou a 34º posição na lista na dos "100 Melhores Álbuns de Heavy Metal de Todos os Tempos" da revista Kerrang!. Em 2011, a revista LA Weekly classificou o álbum em 14º lugar entre os “20 Melhores Álbuns de Hair Metal de Todos os Tempos”, chamando-o de "magnum opus" e "obra-prima".

Em 2016, o site Classic Rock o nomeou entre os "10 Álbuns Essenciais de Metal Progressivo". Em janeiro de 2017, o site Loudwire classificou “Operation: Mindcrime” como o melhor álbum de heavy metal de 1988. Em junho do mesmo ano, a revista Rolling Stone o colocou na 67º posição em sua lista dos ”100 Melhores Álbuns de Metal de Todos os Tempos”.

Em 4 de abril de 2006, foi lançada uma sequência chamada “Operation: Mindcrime II”, com a participação do vocalista Ronnie James Dio assumindo o papel do personagem Dr. X. 

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