Foo Fighters - The Color and the Shape (1997)


Texto por Felipe Leonel

“The Colour and the Shape” é o segundo álbum de estúdio da banda americana de rock Foo Fighters, lançado pelos selos Roswell e Capitol Records em 20 de maio de 1997, há 24 anos.

“The Colour and the Shape” marcou a estreia oficial do Foo Fighters como uma banda completa, já que seu álbum de estreia, lançado em 1995, foi gravado integralmente pelo vocalista/guitarrista Dave Grohl com produção de Barrett Jones.

Após a estreia, o debut se tornou um sucesso internacional o que levou Grohl a recrutar o guitarrista Pat Smear, o baixista Nate Mendel e o baterista William Goldsmith em uma formação completa da banda. O grupo se reuniu ainda no final de 1996 para a pré-produção ensaiando as faixas e mudando os arranjos e trouxeram Gil Norton como produtor. O disco foi quase todo gravado, durante o período de dois meses, no Grandmaster Recorders, em Hollywood, de janeiro a fevereiro de 1997.

“The Colour and the Shape” foi inspirado no divórcio de Grohl com a fotógrafa Jennifer Youngblood em 1996, considerado o mais liricamente introspectivo e musicalmente desenvolvido do que o primeiro álbum. A lista de faixas foi projetada para se assemelhar a uma sessão de terapia, dividindo o álbum entre canções mais rápidas e baladas na tentativa de refletir emoções conflitantes.

Os singles ‘Monkey Wrench’, ‘Everlong’ e ‘My Hero’ alcançaram o 1º lugar no Top 10 das paradas de rádio de rock dos EUA. Já o álbum alcançou a 10ª posição na Billboard 200, sendo um sucesso comercial em nível internacional, alcançando o 3º lugar no Reino Unido. Em 1998, foi nomeado para o Grammy Award de “Melhor Álbum de Rock”. Ainda hoje, “The Colour and the Shape” continua sendo o disco mais vendido do Foo Fighters nos EUA, batendo a marca de mais de 2 milhões de cópias de acordo com a Nielsen SoundScan.

O título do álbum é uma referência ao empresário de turnê da banda na época, que muitas vezes passava as tardes vasculhando brechós e comprando lembranças inusitadas. Em uma ocasião, ele comprou um pino de boliche com listras vermelhas e brancas, comentando com a banda que gostava bastante da "cor e da forma" do objeto. O grupo achou a frase arbitrária e hilária e decidiu usá-la como título, ao invés de tentar escolher um título baseado nos temas das músicas. Posteriormente, o grupo escolheu a grafia britânica de ‘colour’ (cor) com um "u" a mais na palavra como um tributo ao seu produtor, Norton, que é britânico. Para a edição especial de dez anos do disco, algumas faixas bônus foram adicionadas a lista, incluindo a canção ‘The Colour and the Shape’.

“The Colour and the Shape” foi bem recebido pelo público e crítica. Para a crítica britânica Victoria Segal, da revista Melody Maker, “The Colour and the Shape” foi um lançamento de rock americano significativo "um ótimo álbum de rock em uma época em que grandes álbuns de rock são vistos com suspeita crescente”. Segundo Adam Sweeting, do jornal The Guardian, o "glorioso álbum viu a banda temperando seu som grunge com um toque mais desenvolvido para composições pop”.

Embora tenha apontado a produção de Norton como uma distração Christina Kelly, da revista Rolling Stone, foi bastante positiva "...Color tem um grande som de rock moderno pronto para o rádio. Alguns podem até chamar o álbum de super produzido, nas baladas, os vocais são super processados e som falso”. O jornalista David Browne, para a revista Entertainment Weekly, elogiou o crescimento da banda, mas também criticou o som descrevendo como "muito parecido com o rock alternativo atual, pegada muito grunge". 

Em contraste, Stephen Thomas Erlewine, da revista AllMusic, descreveu a produção como revolucionária "tudo aqui acabou definindo o som do rock moderno pós-grunge, e talvez continue a ser o melhor exemplo de seu tipo". Em sua crítica para The Village Voice, Robert Christgau disse que a música era rotineira, mas elevada pelo "conteúdo/conceito de separação conjugal" de Grohl, que lhe permitiu "habitar totalmente a música que significava tanto para ele e milhões de outros fãs de Kurt Cobain".

Em 2020, o site Metal Hammer o incluiu “The Colour and the Shape” em sua lista dos “10 Melhores Álbuns de 1997”.

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