Sepultura - A-Lex (2006)


Texto por Felipe Leonel

“Dante XXI” é o décimo álbum de estúdio da banda de metal Sepultura, lançado pelo selo SPV Records em 14 de março de 2006, há 15 anos. 

“Dante XXI” é um álbum conceitual do grupo baseado nos três atos do poema do séc. XV “A Divina Comédia” (1472), Inferno, Purgatório e Paradiso, de Dante Alighieri. O álbum é também o último trabalho de estúdio com a participação de Igor Cavalera na bateria.

O álbum foi originalmente intitulado "Dante 05", mas foi alterado quando ficou claro que o disco não seria lançado no ano de 2005.

As ideias iniciais para o álbum incluíam um álbum de metal sinfônico, como o disco “S&M” do Metallica, e um álbum conceitual baseado no romance “A Laranja Mecânica”, ideia utilizada já no disco de estúdio posterior do Sepultura,”A-Lex” (2009).

O primeiro single promocional foi ‘Convicted in Life’ lançado junto a um vídeoclipe ainda em 2006, o vídeo chegou a ganhar o prêmio de “Melhor Edição de Vídeo” no MTV VMB naquele mesmo ano. Um segundo vídeoclipe, da canção ‘Ostia’, só foi lançado em janeiro de 2008.

A arte da capa foi feita pelo ilustrador brasileiro Stephan Doitschinoff, a quem a banda encomendou 10 pinturas baseadas na Divina Comédia.

As versões cover das canções ‘Screaming for Vengeance’, do Judas Priest, e ‘Scratch the Surface’, do Sick of It All foram gravadas como B-sides. A primeira adicionada como uma faixa bônus da edição japonesa, enquanto a outra foi incluída no álbum tributo ao SOIA, “Our Impact Will Be Felt” de 2007. 

A edição brasileira, lançada pela Krako Records, contém outras duas faixas bônus, ‘Mindwar’, gravada ao vivo em Stanley Soares em Ehfurt/Alemanha em 3 de dezembro de 2004 em sua turnê ao lado do Motorhead, e ‘False’, demo gravada no High Five Studio em São Paulo durante a pré-produção de “Dante XXI” em julho de 2005.

O disco foi bem recebido pela crítica e público em seu lançamento. Chad Bowar, do site About.com, elogiou o álbum por sua intensidade e comentou que "traz o thrash a todo vapor" destacando o desempenho vocal de Derick Green, bem como o conceito geral. Steve Huey, do site AllMusic, notou que muitos dos elementos que fizeram o Sepultura "se destacar do metal formatado" ainda estão presentes neste álbum sendo um dos discos mais fortes da banda com Green nos vocais.

O crítico da Alternative Press, Phil Freeman, afirmou que com este álbum, o Sepultura está "finalmente de volta com força total", dando ao ouvinte "exatamente o que ele espera obter dos pioneiros na arte de esmagar crânios". Em uma crítica mista para a Stylus Magazine, Cosmo Lee disse que os riffs eram "memoráveis", mas que as canções careciam de "tensão e liberação". Ele também criticou a arte do álbum, descrevendo-o como uma "fonte fraca e moderada digna do indie rock".

Apesar das críticas, em sua maioria positivas, as vendas do álbum foram decepcionantes continuando a queda nas vendas do Sepultura desde “Against” (1998), vendendo apenas 2.3 mil cópias em sua primeira semana de lançamento nos EUA. 

Em 2 de janeiro de 2008, “Dante XXI” atingiu a marca de 120 mi cópias vendidas em todo o mundo, arrecadando disco de ouro no Brasil e em Chipre, a primeira certificação da indústria musical fora do Brasil desde o lançamento de “Roots” (1996). 

De acordo com o estudioso da literatura e da cultura popular, Matthew Teutsch, o álbum é "uma trilha sonora moderna para a Divina Comédia de Dante" e permite uma exploração do poema "por meio de uma representação estética do nacional e internacional nas questões do século XXI".


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