Após acordar em sua cama desorientado, Zac Hobson (Bruno Lawrence), um cientista de meia idade, descobre que toda a humanidade se foi e que está sozinho no mundo, o último homem na terra. Sem sinal de vida, nem mesmo de corpos, Zac começa a vagar pelas ruas à procura de respostas.
Ainda nessa primeira metade, Zac inicia um plano de procura por outros seres vivos utilizando gravações suas transmitidas em looping em uma rádio local (enquanto a energia elétrica ainda funciona), além de mensagens escritas em placas e rondas pela cidade.
A trama se aprofunda muito mais no conceito da solidão humana e na necessidade de uma companhia, com o personagem sendo constantemente confrontado por decisões morais, sobre questões de bem e mal, assim como o enfrentamento de seus próprios dilemas. É visível a transformação do cientista em seus diferentes momentos, quando sozinho, Zac passa por um processo de degradação da mente e por questionamentos sobre sua própria condição enquanto definha aos poucos.
Já na segunda metade, em sua busca, Zac acaba sendo capaz de encontrar outros dois sobreviventes em meio aquele apocalipse silencioso, Joanne (interpretada por Alison Routledge) uma mulher forte e determinada, e Api (interpretado por Peter Smith), um maori habilidoso em sobrevivência e conhecimento local.
Juntos, decidem explorar o país, aparentemente ainda deserto, procurando entender o que aconteceu de fato e se há alguma maneira de reverter essa situação. Após seu encontro com seus novos companheiros, mais uma vez, é possível observar a mudança na perspectiva de vida e na maneira como o personagem principal passa a ver o mundo, com sua sanidade e esperança retornando aos poucos.
Todos esses momentos são mostrados de forma bastante direta, apresentando em seu primeiro momento um certo fascínio do personagem pelo poder de sua própria vontade enquanto questiona o sentido ou o valor de tudo. Em certo momento passa a agir como um tirano solitário, discursando para plateias inexistentes e se auto proclamando o Presidente daquela terra tranquila.
Já a segunda metade se aprofunda muito mais no conceito da solidão humana e na necessidade de uma companhia, com personagens constantemente confrontados por decisões morais difíceis, sobre questões de bem e mal, assim como o enfrentamento de seus próprios dilemas. E é aqui, junto aos novos personagens, onde a trama se expande ainda mais e introduz novos significados para todos os questionamentos apresentados até então.
Conforme a história avança, Zac experimenta uma série de eventos estranhos e inexplicáveis, incluindo visões e encontros com versões alternativas de si mesmo. Ele também percebe que o mundo está se deteriorando rapidamente, com fenômenos físicos cada vez mais anormais ocorrendo.
Integrante de um projeto chamado Projeto Flashlight, um experimento governamental com energia, Zac começa a desconfiar que a pesquisa tenha relação com o sumiço da humanidade, se deparando posteriormente com uma estranha câmara de laboratório que parece estar relacionada ao experimento.
Em um momento de iluminação ou epifania, ele decide entrar na câmara, percebendo que ele mesmo pode ter causado a catástrofe, e se sacrificando no processo em uma tentativa de reverter os efeitos do experimento e de salvar o que resta da humanidade. O final é bastante ambíguo e deixado propositadamente em aberto para diversas interpretações.
"Terra Tranquila" permite que os espectadores reflitam sobre as implicações filosóficas e existenciais levantadas pelo filme de forma bem livre e sem amarras, mostrando como são a natureza da responsabilidade humana, o significado da vida e o destino da humanidade diante de crises globais.
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