Bugsy Malone: Quando As Metralhadoras Cospem (1976)

Cova Rasa: Desenterrando filmes antigos por diversão

Por Felipe Leonel

O gênero de cinema noir trouxe grandes trabalhos às telonas entre as décadas de 20 e 60, posteriormente inclusive, e impulsionaram a industria cinematográfica na época. Criou uma leva de histórias carácteristas e alavancou diretores de todas as partes, como Orson Welles e Alfred Hitchcock, batendo de frente com westerns e filmes de guerra. Longas como “O Falcão Maltês” (1941) e “À Beira do Abismo” (1946) ambos estrelados por Humphrey Bogart, “O Terceiro Homem” (1949) e “A Marca da Maldade” (1958) dirigidos por Welles e “Um Corpo Que Cai” (1958) de Alfred Hitchcock, criaram uma aura estética permanente copiada e reproduzida de formas diversas e muito boas por muitos outros cineastas ainda hoje, prova do absolutismo do gênero.  



“Bugsy Malone: Quando As Metralhadoras Cospem” de 1976, primeiro longa do diretor Alan Parker, de musicais como “Evita” (1996), “The Commitments - Loucos pela Fama” (1991) e “Pink Floyd - The Wall” (1982), se encaixa de forma inusitada no gênero e apresenta uma narrativa sobre gângsters copilando histórias e cenários diversos em situações divertidas e despretensiosas. Com um elenco formado exclusivamente por crianças e adolescentes, Judie Foster com apenas 13 anos, coloca em patamar discussões relevantes e transforma o gênero, sombrio e violento, em uma comédia musical diferente, inusitada, abordando a levaza e a criatividade. 

 

 

A trama acompanha Bugsy Molone (Scott Baio), um jovem malandro em meio a bares clandestinos e cantoras de boate, que se envolve acidentalmente em uma guerra do crime organizado do anos 20 em Nova Yorke durante a lei seca para ajudar a bela Blousey Brown (Forrie Dugger), além da briga entre os chefões da máfia Fat Sam (John Cassisi) e Dandy Dan (Martin Lev), Bugsy terá que sobreviver à sedutora Tallulah (Judie Foster), que fará de tudo para conquistá-lo. Nos bares e boates as bebidas são sucos e refrigerantes, as armas são substituídas por tortas, os carros são movidos a pedais, a grande arma secreta, uma metralhadora, atira apenas chantilly e os romances são mostrados em sua forma mais inocente, mãos dadas, rostos vermelhos e abraços sinceros. A fórmula inusitada, aqui, funciona completamente, com suas metáforas bem humoradas e referências a máfia, mas apresentado de forma sutil e sem malícia.

 

Longe de parecer uma produção convencional, e difícil de acreditar que Parker tenha conseguido executa-la, “Busy Malone” marca pela trilha sonora, criada por  Paul Williams. Por ser um elenco todo infantil, as músicas são executadas originalmente por adultos, algumas delas pelo próprio Williams, o que causa certa estranheza em algumas personagens. Lançado em 1976, o longa envelheceu bem e ainda diverte sem compromisso, com boas músicas, uma trama boba e despretensiosa e um elenco competente com performances surpreendentemente charmosas. De todo o elenco, ainda que com boas atuações, alavancaram apenas Scott Baio, criando uma carreira sólida na TV e Judie Foster, que conseguiu elevar seu status de atriz genial a diretora excepcional.


 Bugsy Malone: Quando As Metralhadoras Cospem 1976 (Trailer original)

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