007 - James Bond Contra o Satânico Dr. No (1962)

Cova Rasa - Desenterrando filmes antigos por diversão

Por Felipe Leonel

Conhecida como uma das séries/franquias de espionagem mais famosas do mundo, James Bond: 007, se consagrou originalmente na literatura ganhando espaço entre os amantes do gênero e se mostrando forte em sua narrativa usando elementos políticos, culturais e ficção cientifica da época. Criado por Ian Fleming em 1953, a série de livros trouxe um personagem carismático, mulherengo e cheio de problemas com autoridade. Agente secreto do MI6, é o sétimo agente da linha 00 com licença para matar. 


James Bond apareceu pela primeira vez no livro “Cassino Royale”, mas sua estréia no cinema foi com a adaptação do sexto livro da série ”Dr. No”. A trama segue a mesma para ambas. Bond é levado a Jamaica para investigar um caso de assassinato na ilha de Crab Key onde vive o misterioso e recluso cientista teuto-chinês chamado Dr. Julius No. Bond Recebe ajuda do agente Felix Leiter, da CIA, durante a investigação. O último ato do filme é marcado por um diálogo bem pontual sobre os planos do vilão e sua motivações, uma explicação rápida e simples de quem ele é e a revelação de algo maior: Dr. No não trabalha sozinho e tem em suas costas a organização SPECTRE, essa fica apenas no nome. O filme termina em uma luta entre o protagonista e antagonista, seguida da destruição dos planos do vilão, com Bond saindo sem danos com sua companheira Honey Ryder. Simples direta e com desenvolvimento mínimo de ação. 

Sean Connery como James Bond em sua primeira aparição como o agente secreto nas telonas 

Joseph Wiseman e seu vilanesco Dr. Julius No 

No decorrer do longa, somos apresentados a “M” chefe do serviço secreto britânico (MI6), a secretária Moneypenny e seus interminaveis flertes com Bond, a celebre apresentação do agente secreto com sua fala “Meu nome é Bond, James Bond”, sua bebida favorita e modo de preparo, “Batido e não mexido” e sua clássica Beretta. Como primeiro filme da franquia, alguns dos elementos mais clássicos acabam ficando de fora, como os gadgets do agente, o personagem “Q” e os capangas quase cartunescos. 


O longa, ao contrário dos filmes mais recentes, dos anos 90 em diante, é mais lento, com pouca ação e diálogos explicativos quase todo momento. Concebido com orçamento baixo, já que os produtores não acreditavam no sucesso do filme, com roteiro simples sem muitas reviravoltas e de fácil entendimento, “Dr. No”, não tem uma cena introdutiva como em outros longas, quase fora da trama seguida de uma abertura bem produzida com uma música tema, o longa entra direto no enredo principal e apresenta de cara alguns elementos que serão desenvolvidos com o decorrer do filme. O próprio Bond demora para aparecer, apenas no segundo ato e o vilão apenas no último ato. Nada que prejudique, na verdade trás mais charme ao desenvolvimento e da tempo de tela a Sean Connery. Apesar de lenta, a trama não da muito espaço para desenvolvimento de alguns personagens, que no geral são apresentados com explicações rápidas e bem diretas, ligando tudo dentro da história sem deixar pontas soltas. 

Honey Ryder, a primeira BondGirl dos cinemas

007 - James Bond Dr. No, foi a estréia no cinema do agente na pele do ator escocês Sean Connery ao lado da atriz Ursula Andres como Honey Ryder, a primeira bond girls da história, com sua icônica primeira aparição saindo sensualmente da mar, e o ótimo desempenho do canadense Joseph Wiseman como Dr. Julius No. A direção fica a cargo de Terence Young, que comandou também as sequências “Moscou Contra 007” no ano seguinte e “007 Contra a Chantagem Atômica” de 1965 ainda com Connery como protagonista.


Para quem tem interesse em ingressar na franquia, “Dr. No” talvez não seja o filme mais adequado para ser ver de primeira, o que da espaço para uma visitação retroativa e preferencialmente não sequencial, para os fãs mais acalorados e da velha guarda vale sempre a pena rever o clássico.  

007 - James Bond: Dr. No (trailer original lançando em 1962)

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